Volta Redonda: a poluição atmosférica e a responsabilidade da iniciativa privada
- 17 de jul. de 2024
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A Poluição Atmosférica em Volta Redonda e a Responsabilidade da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)
Dia 17 de Julho, a cidade de Volta Redonda, conhecida como a "Cidade do Aço", completa 70 anos de sua fundação e tem um legado histórico intimamente ligado à indústria siderúrgica, em particular à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Embora essa indústria tenha impulsionado o desenvolvimento econômico da região, ela também tem sido a principal responsável por um grave problema ambiental: a poluição atmosférica.
A poluição do ar em Volta Redonda é uma preocupação constante para seus moradores. Diversos estudos e relatos indicam que a qualidade do ar na cidade é frequentemente comprometida por emissões de poluentes oriundos das atividades industriais da CSN. Entre os poluentes mais comuns estão partículas em suspensão (MP10 e MP2,5), dióxido de enxofre (SO₂), óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (COVs).
Esses compostos resultam em sérias implicações à saúde pública. Estudos associam a exposição prolongada a níveis elevados de poluição atmosférica a doenças respiratórias crônicas, como asma e bronquite, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares e câncer. Crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes são os grupos mais vulneráveis.
Desse modo, a análise da questão passa pela ausência de políticas públicas que garantam a correta aferição dos índices de qualidade do ar, como também a responsabilização da siderúrgica pelos danos à saúde da população.
A CSN, uma das maiores siderúrgicas da América Latina, tem um papel central na economia de Volta Redonda. No entanto, sua responsabilidade no que refere ao meio ambiente é igualmente significativa. Ao longo dos anos, a empresa tem sido alvo de críticas e ações judiciais devido ao impacto ambiental de suas operações.
A legislação ambiental brasileira impõe limites rígidos para as emissões de poluentes, e as empresas devem adotar tecnologias de controle e mitigação para reduzir seu impacto ambiental. A CSN afirma seguir normas ambientais e investir em tecnologias mais limpas. Contudo, a persistência de altos níveis de poluição sugere que as medidas adotadas podem não ser suficientes.
Nesta semana, o Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) emitiram recomendação conjunta ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para que seja concluída a regulamentação do Programa de Monitoramento de Partículas Sedimentáveis. O documento cobra, especificamente, o acompanhamento das emissões do "pó preto" pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em sua unidade de Volta Redonda (RJ).
Por fim, a mitigação da poluição atmosférica em Volta Redonda exige um esforço conjunto. É essencial que a CSN intensifique suas ações de controle ambiental, adotando tecnologias de ponta para a redução de emissões e melhorando a eficiência dos processos produtivos. Além disso, a transparência e o diálogo com a comunidade são fundamentais. A população precisa ser informada sobre os riscos e as medidas que estão sendo tomadas para proteger sua saúde.

Além disso, o governo, por sua vez, deve desempenhar um papel ativo na fiscalização e aplicação das leis ambientais, garantindo que a CSN e outras indústrias locais cumpram suas obrigações. Incentivos para práticas mais sustentáveis e a promoção de programas de monitoramento ambiental independente são igualmente importantes.